terça-feira, 28 de março de 2017

O poder do NÃO...

A Educação deve ser uma das únicas coisas que vem sem manual de instrução… Um dia somos pais e temos que saber as respostas todas e tomar as decisões certas. E como todos trabalhamos e temos pouco tempo para negociações, dizemos, muitas vezes, SIM mesmo sabendo que era melhor ter dito NÃO. O Não leva a mais birras e chatices e ninguém gosta de contrariar os filhos, especialmente quando se passa tão pouco tempo junto deles. No entanto, eles só aprendem graças às regras e aos limites que lhes damos e para ilustrar o meu ponto de vista, deixo-vos um pequeno texto do Dr. Carlos Heckteuer (Médico Psiquiatra), intitulado “PAIS MAUS”. "Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva pais e mães, eu hei de dizer-lhes: - Eu amei vos o suficiente para ter-lhes perguntado aonde vão, com quem vão, e a que horas regressarão; - Eu amei vos o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia; - Eu amei vos o suficiente para fazer-vos pagar os doces que tiraram do supermercado, ou revistas, da papelaria, e fazer-vos dizer ao dono: "Nós tiramos isto ontem, e queríamos pagar". - Eu amei-vos o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos; - Eu amei-vos o suficiente para vos mostrar, além do amor que eu sentia por vocês, o meu desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos; - Eu amei-vos o suficiente para deixar-vos assumir a responsabilidade das vossas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração; - Mais do que tudo, eu amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam odiar-me por isso (e em alguns momentos até me odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque, no final, vocês venceram também! E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva pais e mães; quando eles perguntarem se os seus pais eram maus, os meus filhos vão lhes dizer: “- Sim, os nossos pais eram maus. Eram os piores do mundo. As outras crianças comiam doces ao pequeno-almoço e nós só tínhamos que comer cereais, leite, torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e gelados ao almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Nossos pais tinham que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistiam em que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nossos pais insistiam sempre connosco para que lhes disséssemos sempre a verdade, e apenas a verdade. E, quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Nossos pais não deixavam os nossos amigos buzinar para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para que os nossos pais os conhecessem. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelo menos até os 16 para chegar um pouco mais tarde; e aqueles chatos levantavam-se para saber se a festa foi boa (só para verem como estávamos, ao voltar). Por causa dos nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, roubo, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por crime algum. Agora, que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o melhor para sermos PAIS MAUS, como eles foram".” Não tenham medo de dizer que NÃO quando parece necessário porque o mais importante é o tempo que passamos com os nossos filhos e não os bens que lhes compramos ou as vontades que lhes fazemos. O truque, se existe algum, é ser firme nas nossas decisões por mais pequenas que sejam. Se ficou, por exemplo, decidido que não há guloseimas durante a semana, não vale ceder só porque o dia foi longo e que é “só uma vez”. Se há uma coisa que as crianças sabem é fazer das exceções uma regra! O importante não é se damos poucas ou muitas regras, é, apenas, cumpri-las porque se assim for, terão menos necessidade de dizer Não porque a criança sabe com o que pode contar. A Psi.

Sem comentários:

Enviar um comentário